Depois do pior terremoto da história do país, a imagem que ilustra a situação do Haiti, é a de fome, sede, violência e fragilidade. Os fractais (pedaços) dessa tragédia estão nessa matéria, e o cenário espiritual após dia 12 de janeiro vai além dessas linhas. Os haitianos clamam pelas nossas orações.
Mesmo com todos os conflitos, problemas e dificuldades que acontecem no mundo, nada foi mais veiculado na mídia e chamou tanto a atenção das pessoas nos últimos dias do que o terremoto de 7 graus de intensidade na escala Richter que atingiu o Haiti, no dia 12 de janeiro. Menos de quinze dias depois do maior tremor que ocorreu no país, os dados que representam a situação atual constrangem até as nações mais empobrecidas, mais devastadas por guerras e é também assunto unânime nos principais jornais do mundo.
Os reflexos do fenômeno natural deixam rastros na estrutura espiritual, política, econômica e física. De modo geral, a vida social no país perdeu forma, identidade e sentido. Nesses dias que já se passaram é difícil fazer uma comparação proporcional dos danos que os haitianos tiveram. Para muitos há uma distância relativamente grande entre suas vidas e o chocante episódio de destruição que ocorreu no país caribenho. Mas enquanto a terra gira, os números de enfraquecimento da nação, de degradação, de mortes, de violência, de pobreza e de todo tipo de necessidade, são inquestionavelmente crescentes e alarmantes. Mesmo antes do terremoto o país já estava em uma das piores posições no Índice de Desenvolvimento Humano (146° posição no IDH), com mais da metade da população vivendo com menos de um dólar por dia (que equivale hoje a menos de dois reais) e cerca de 78% da população sobrevivendo com menos de dois dólares (que equivale um pouco menos do que quatro reais).
Imaginar que uma nação com condições tão precárias de vida, que já passou por tantas catástrofes que a empobreceram ainda mais ao longo da sua história, está vivenciando dias ainda mais intensos de terror, pode parecer, para alguns, uma calamidade local que não faz parte da lista de responsabilidades da sociedade globalizada. Mas, os mais distintos países do mundo, personalidades, missionários, igrejas e várias pessoas anônimas estão abençoando o país de diferentes maneiras. O chamado é para todos, e muitas nações estão se apresentando nessa causa como se fosse delas.
Desde junho de 2004, o Brasil com o Haiti, comandando cerca de 7.000 homens na Missão de Paz da ONU (Minustah, em dialeto local francês), entre eles, aproximadamente 1.300 militares brasileiros. As necessidades básicas dos haitianos como medicamentos, comida, água, saneamento e segurança são tantos, que a comissão representativa do Congresso Nacional vai analisar nesta semana o pedido de reforço da missão brasileira com o envio de mais 700 militares. Além de o reforço militar o pedido conterá a possibilidade de que 100 policiais brasileiros também sejam enviados. Fora o apoio militar o governo brasileiro está disposto a ajudar financeiramente com aproximadamente R$ 375 milhões em recursos para beneficiar a população e serem usados na reconstrução do país.
Mas, o terremoto que devastou o Haiti está debaixo da destra do Senhor, e os milagres de Cristo podem ser constatados em diversas formas. Mobilizar nações com etnias, crenças, sistemas políticos, financeiros e sociais diferentes em benefício de um país tão esquecido, é manifestação do favor e amor do Senhor pelo Haiti. A solidariedade, a integração dos países, a motivação das pessoas é o que fez com que as operações de resgate das vítimas chegassem a contar, até o momento, com cerca de 52 equipes, somando 1.820 profissionais nacionalidades e 175 cachorros treinados. Várias pessoas ficaram por horas, e até dias, debaixo dos escombros até serem salvas, mulheres grávidas deram à luz a futura geração do país em meio a tanta desordem, ao todo 121 vítimas foram resgatadas nessas buscas, e 20 brasileiros já regressaram aos seus lares. Esses são os milagres do Senhor, frutos da fidelidade, da misericórdia e da graça de Deus. Oremos, pois, pelo Haiti para que o país seja reconstruído, e também pelo que Deus já tem feito por meio da solidariedade e das orações de tantas nações.
O Haiti deve ser alvo das nossas orações!
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